NO MAIS PENICHE CONTE COM O QUE ME FICOU NO GOTO, OS CONTOS, POESIA, PENICHE, OLÁ PENICHE, BREVE VISÃO,SER PENICHE E MUITAS NOVIDADES.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

NATAL


Cristo nasce todos os dias
Para todos de forma igual.
Na vida que vai passando.

Todos os dias pode ser Natal
Os ensinamentos vão aumentando.
Vamos crescendo e caminhando.
Porque nas palhas estendido,
Está aquele menino de olhos doces
Centro das nossas atenções.

Com ele sentimos emoções
Vivemos a Sagrada Família
Quando o mundo parece perdido
É sentido para a nossa vida.

Paulo Gonçalves

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Uma Relação de Amor


Uma Relação de Amor
“Conto de Natal”

A dor, frio e tristeza, marcavam aquela esquina sombria.
Aquele saco que se rompera deixara a descoberto os objectos que deram tanta alegria noutros Natais.
Indignado e triste, conseguiu olhar de soslaio para o seu amiguinho coelho já desbotado.
- Então Job! Porque nos fizeram isto? Porque estamos aqui?
- Meu ursinho inocente! Não vês que já não nos querem?
- Não?
- Não! Esta noite é Natal e o nosso antigo dono terá novos brinquedos. Nós estamos gastos! Já não servimos para nada!
- Não! Não acredito! Ele gostava tanto de mim! Quero voltar para a minha cama quentinha!
Dos olhos do pobre urso rolavam lágrimas de profunda tristeza e abandono.
- Tenho frio! Achas que algum menino ainda nos quererá? – Questionou.
- Deixa-te de ilusões! Daqui vais para a lixeira! – Disse o coelho…Vá não chores, acontece a todos.
Nesse preciso momento foram invadidos por uma enorme luz. Assustados tentaram esconder-se.
- São os homens da limpeza! Disse o urso.
- Chegámos ao nosso fim! Disse o coelho abraçando-se ao seu amiguinho.
Porém a luz cada vez mais forte aproximou-se deles, falando-lhes…
- Olá! Não tenham medo! Sou vosso amigo! Tenho um convite a fazer-vos!
Ambos olharam estupefactos para aquela luz que falava. Afinal a luz tinha um rosto e uns olhos com um brilho muito especial.
- Mas tu és um bebé! Disse o urso.
- Sim sou. Chamo-me Emanuel.
- De onde vens? – Questionou o coelho.
- O meu pai enviou-me para dar alento, felicidade e amor a toda a humanidade.
- Mas nós não somos humanos! – Responderam em uníssono.
- Mas poderão dar felicidade a muitos meninos que nada têm.
- Isso seria óptimo! Mas como será isso possível?
- Venham comigo!
De imediato foram invadidos por uma luz intensa que os levou aos céus. Voaram sobre várias terras e por fim chegaram a uma com as casas muito pobres e onde as crianças brincavam na rua, quase sem roupas.
- E agora? Perguntou o urso.
- Agora serão lançados para que aquelas crianças os apanhem premiando-as com felicidade por terem, finalmente um brinquedo.
E assim aconteceu. As crianças corriam nas ruas, apanhando os seus brinquedos. O urso e o seu amiguinho coelho, invadidos pela alegria, despediram-se do seu amigo Emanuel.
- Adeus! Adeus! Grande amigo! Salvaste-nos!
- Adeus amiguinhos! Apenas cumpri a vontade do meu pai que me enviou para dar alegria ao mundo! Fui anunciado pelo anjo e os anjinhos do mundo são as crianças. Que nenhuma delas chore por não terem um brinquedo. Feliz e Santo Natal!
- SANTO NATAL! – Responderam todos os brinquedos e as crianças tão felizes.


Paulo Gonçalves 

A LUZ DO NATAL


Um Conto de Natal

O frio apertava naquela longa noite, as ruas estavam desertas, as luzes de várias cores pareciam tristes na sua solidão, a azáfama das últimas compras já acabara. Algures ouviam-se sons celestiais que provinham dos lares, alegadamente, felizes. Vagueando estava, quem nada tinha. Os cafés estavam fechados. Sentindo-se sozinho ansiava por encontrar alguém com quem conversar. Do bolso retirou uma antiga fotografia da família, ainda, feliz. Rapidamente brotaram-lhes lágrimas dos olhos. De repente guardou a foto que só lhe trazia sofrimento e saudade. Voltou à sua lenta caminhada nocturna, ao longe avistou uma luz que o impeliu a segui-la, nem queria acreditar ainda estava um café aberto. Aproximou-se, o estabelecimento estava vazio, só avistou um senhor, aparentemente de meia-idade,  que arrumava as mesas.
- Boa noite. Posso entrar?
- Entre, mas por pouco tempo, vou fechar. Respondeu o senhor que supostamente seria o dono do estabelecimento.
- Está um frio terrível!
- Quer beber alguma coisa? Hoje ofereço um cafezinho.
- Sendo assim aceito! Bem preciso.
- Homem…que faz na rua em plena noite de Natal? Não tem família?
- A minha família não quer saber de mim. Respondeu com amargura.
- Porquê?
- Porque tratei-a muito mal…
Perante estas palavras o homem ficou muito pensativo e algo emocionado.
- Disse algo de mal?
-Não, só me fez lembrar o meu caso.
- Também não tem família?
- Que acha que faço aqui esta noite? Já todos estão em casa com as suas famílias no aconchego dos seus lares. Estou por aqui porque ninguém me espera. Ir para casa faz-me sofrer!
- Porquê? – Interrogou.
- A minha mulher e os meus filhos perderam a vida num acidente!
- Meu Deus! Lamento.
- Para piorar tudo eu, nesse fatídico dia, tinha tido uma grande discussão com a minha mulher pois cheguei a casa embriagado. Ofendi e maltratei quem tanto amava…
Perante pesada consciência, as lágrimas já lhe rolavam no rosto. Continuou:
- …Ela, desesperada com a repetida cena, saiu com as crianças e o destino encarregou-se do resto.
 Perante estas palavras, o cliente, comovido, levantou-se dizendo;
- Jesus, Maria e José! Tenho mesmo que ir!
- Então homem? Não bebe o café?
- Não consigo, tenho que recuperar o meu Natal enquanto é tempo. Obrigado senhor! Obrigado! Desejo que seja feliz pois fez-me ver hoje o quanto tenho sido egoísta e mau.
E dizendo isto correu em direcção à saída, tendo tempo para uma breve paragem junto à porta. Voltou-se para o interior e indagou…
- Homem… venha comigo! Hoje Cristo cruzou-se no meu caminho, vamos passar juntos, a noite de Natal!
- Obrigado, quem sabe talvez para o ano. Boa sorte e Feliz Natal.
- Feliz Natal!
Apressadamente o homem avançou para a rua e ainda olhou para trás. Abismado, já não avistou luz alguma. A porta estava fechada e nem sequer havia sinal de um café por ali, só o frio e a escuridão reinavam…
Tomou o seu rumo seguindo agora a sua luz interior, aquela que flamejava na sua alma agora esperançosa e inundada de valores outrora adormecidos.

Paulo Gonçalves